segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Relatório da Visita Realizada Neste Dia 10 de Novembro de 2013, por Dra. Margarida



                  
            A visita de hoje teve uma leveza densa (o suficiente para me fazer usar uma palavra que nem "densa"). 
De cara encontramos uma fada, e não era fada do dente ou qualquer coisa assim, era fada de alguma coisa que não se pode explicar, multiplicava bolinhas vermelhas, recolocava parafusos perdidos da cabeça de palhaços e falava aos telefones com uma graciosidade jamais vista antes. Tão, mas tão mais sabida do que nós, que chegou ao extremo irresistível de colocar a mãozinha na testa e dizer "ai ai ai", desacreditada de nossos desajeitos. Indiscutivelmente linda. 
          Os enfermeiros do cti continuam com seus conselhos tortos e teorias mambembes (todos parecem mesmo fazer algum sentido) sobre relacionamentos e o amor. E aquele nosso amigo segura as pontas( e os meios e o todo) com uma força desabsurdada. 
                               Conversas à direito e à torto, primeiros encontros, uma senhora que vive de amor (mas lembramos que também precisava jantar), um aniversário comemorado com o brilho de um monte de histórias passando por ali, parabéns, dança, música sorrisos e abraços.
              Uma despedida. Ou um até breve ou uma desdefinição de tudo o que se conhece. Libertação, um tanto quanto difícil de entender, mas libertante. Engolir um caminhão de palavras, deixar um abraço falar, por parecer mais cabido alí. Pedir que toda força que pode existir nesse mundo, até a que se esconde nos cantinhos e até a que ainda pode ser inventada e aquela que a gente imagina, que toda essa força alcance aquela mãe linda e a saudade seja, de pouquinho em pouquinho, suportável.

 
                  Respira mais fundo, encontra o chão, abre o peito e vai.
  
Abraços demoradamente exagerados,
Dra. Margarida 




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