Chega a ser fantasticamente engraçado o fato de você estar extremamente
cansada pra fazer qualquer coisa,a culpa pode até ter sido das poucas horas de
sono,ou das muitas horas de sol forte,mas eu nunca vi uma mudança tão
radical,nunca percebi que realmente meu personagem não tem que ter as minhas
sensações,ele não é eu,eu não sou ele,mas todo aquele cansaço se dissipou e
veio uma energia tão boa,que me dava vontade de falar,falar,falar,e com toda
essa energia que o grupo estava,acho que ela nos deixou mais falantes
-gritantes na verdade- a gente foi trabalhar com muita vontade,rezamos,nos
dividimos e fomos... Neste domingo eu visitei com o Pulguinha(Branko) e com a
Xereta (Amanda),o nosso primeiro quarto não foi assim tão suscetível,ele tinha
medo de palhaços,chorou e não deixou a gente entrar,e depois de tentar várias
vezes,deixamos, porque a gente não impõe nada a ninguém,a gente não manda nem
na gente mesmo. O nosso segundo quarto a paciente estava dormindo,e mesmo assim
entramos (eu consegui falar baixo,e bem pouco:) e o Pulguinha me ensinou a
fazer coração de papel –mais uma habilidade da Pontilha- e deixamos corações e
barcos de papel pra ela. Fomos pro nosso terceiro alvo,lá estava a Gabriela de
alguns meses que esta internada há 2 semanas,e o Brian,começamos com bolinhas
de sabão pra não assustar tanto,e a hora que vimos estávamos fazendo mágicas e
dançando e cantando e gritando e sendo felizes e ganhando sorrisos...
Depois eu o Pulguinha e o Paçoca fomos visitar o Davi,o
garoto mais bonito da Santa Casa,a gente visitou ele nos dois domingos passados
no CTI,e ver ele bem,forte e alegre é pra deixar qualquer um com o coração na
mão,ele ama música,e claro que eu com toda minha capacidade vocal e com o meu
ritmo,e com a pequena participação dos meninos cantamos e tocamos pra ele (ta,eu
não tenho ritmo,muito menos sei cantar,mais no todo tava muito bonito o que a
gente tava fazendo,tudo bem confesso que se não fosse os meninos não tinha dado
nada certo) e o Davi dançou e bateu palmas e fez jóias,e depois chegou um mundo
de palhaços pra cantar pra ele,fomos embora cantando assim como chegamos
cantando!
Resolvemos subir para o segundo andar,incrivelmente
visitamos muito rápido e muito bem,as visitas foram ótimas,lá em cima eu
visitei só com a Xereta,quando a gente tava indo embora o Trapinho começou a
brincar com a gente,e enxeridas e xeretas como somos, fomos até o quarto que
ele e a Maria Pigriça estavam,e claro fizemos mil e uma coisas,creio que foi
uma das melhores visitas porque fluía tudo muito bem,a gente falava as coisas
mais toscas,e por isso era legal,inventei,inventei muito, acho que nunca usei
tanto essa imaginação que eu tenho,a hora que eu via eu já tinha pensado,falado
e ganhado sorrisos,foi muito bom,muito mesmo.
A gente precisa acreditar no que a gente faz,e mais do que
tudo se apaixonar,porque não fazemos trabalho voluntário pra sermos melhores e
ajudarmos os outros,sim,é uma conseqüência,mas pelo menos pra mim quem ganha
com isso,e ganha muito,somos nós mesmos.E talvez a gente nunca vai chegar a ter
a noção da imensidão do que nós fazemos,mas não é necessário,o que realmente
importa é isso,é sair de um hospital com o dever cumprido, é ter a vontade de
voltar,de estar juntos e de que por mais pequenos que nós somos a gente
consegue amenizar algumas coisas,porque o que realmente importa é a sensação,e
a sensação é maravilhosamente boa e leve!
Beiiiiiiiijoos,
Dra.Pontilha
Um comentário:
A visita foi incrivelmente bela, leve e gostosa de uma proporção infinita pra mim também.
Foi lindo!!!!
E visitar com o quadril parada dura me deixa imensamente feliz!! =)
Postar um comentário