segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Relatório da visita realizada neste dia 16 de setembro de 2012, à Santa Casa de Misericórdia de Franca, por Dra. Pontilha


Chega a ser fantasticamente engraçado o fato de você estar extremamente cansada pra fazer qualquer coisa,a culpa pode até ter sido das poucas horas de sono,ou das muitas horas de sol forte,mas eu nunca vi uma mudança tão radical,nunca percebi que realmente meu personagem não tem que ter as minhas sensações,ele não é eu,eu não sou ele,mas todo aquele cansaço se dissipou e veio uma energia tão boa,que me dava vontade de falar,falar,falar,e com toda essa energia que o grupo estava,acho que ela nos deixou mais falantes -gritantes na verdade- a gente foi trabalhar com muita vontade,rezamos,nos dividimos e fomos... Neste domingo eu visitei com o Pulguinha(Branko) e com a Xereta (Amanda),o nosso primeiro quarto não foi assim tão suscetível,ele tinha medo de palhaços,chorou e não deixou a gente entrar,e depois de tentar várias vezes,deixamos, porque a gente não impõe nada a ninguém,a gente não manda nem na gente mesmo. O nosso segundo quarto a paciente estava dormindo,e mesmo assim entramos (eu consegui falar baixo,e bem pouco:) e o Pulguinha me ensinou a fazer coração de papel –mais uma habilidade da Pontilha- e deixamos corações e barcos de papel pra ela. Fomos pro nosso terceiro alvo,lá estava a Gabriela de alguns meses que esta internada há 2 semanas,e o Brian,começamos com bolinhas de sabão pra não assustar tanto,e a hora que vimos estávamos fazendo mágicas e dançando e cantando e gritando e sendo felizes e ganhando sorrisos...
Depois eu o Pulguinha e o Paçoca fomos visitar o Davi,o garoto mais bonito da Santa Casa,a gente visitou ele nos dois domingos passados no CTI,e ver ele bem,forte e alegre é pra deixar qualquer um com o coração na mão,ele ama música,e claro que eu com toda minha capacidade vocal e com o meu ritmo,e com a pequena participação dos meninos cantamos e tocamos pra ele (ta,eu não tenho ritmo,muito menos sei cantar,mais no todo tava muito bonito o que a gente tava fazendo,tudo bem confesso que se não fosse os meninos não tinha dado nada certo) e o Davi dançou e bateu palmas e fez jóias,e depois chegou um mundo de palhaços pra cantar pra ele,fomos embora cantando assim como chegamos cantando!
Resolvemos subir para o segundo andar,incrivelmente visitamos muito rápido e muito bem,as visitas foram ótimas,lá em cima eu visitei só com a Xereta,quando a gente tava indo embora o Trapinho começou a brincar com a gente,e enxeridas e xeretas como somos, fomos até o quarto que ele e a Maria Pigriça estavam,e claro fizemos mil e uma coisas,creio que foi uma das melhores visitas porque fluía tudo muito bem,a gente falava as coisas mais toscas,e por isso era legal,inventei,inventei muito, acho que nunca usei tanto essa imaginação que eu tenho,a hora que eu via eu já tinha pensado,falado e ganhado sorrisos,foi muito bom,muito mesmo.
A gente precisa acreditar no que a gente faz,e mais do que tudo se apaixonar,porque não fazemos trabalho voluntário pra sermos melhores e ajudarmos os outros,sim,é uma conseqüência,mas pelo menos pra mim quem ganha com isso,e ganha muito,somos nós mesmos.E talvez a gente nunca vai chegar a ter a noção da imensidão do que nós fazemos,mas não é necessário,o que realmente importa é isso,é sair de um hospital com o dever cumprido, é ter a vontade de voltar,de estar juntos e de que por mais pequenos que nós somos a gente consegue amenizar algumas coisas,porque o que realmente importa é a sensação,e a sensação é maravilhosamente boa e leve!

Beiiiiiiiijoos,  
Dra.Pontilha

Um comentário:

Káh disse...

A visita foi incrivelmente bela, leve e gostosa de uma proporção infinita pra mim também.
Foi lindo!!!!
E visitar com o quadril parada dura me deixa imensamente feliz!! =)