quinta-feira, 16 de julho de 2015

Junina

O primeiro olhar depois da porta explica -com uma clareza inviolável- o onde, o quem e o porquê.
Chegar é a consequência de ir. 




        Dra. Margarida colocava de novo seus lustrados e cheirosos pés no mundo. A passos quase nem um pouco firmes, fortaleceu sua paixão por festas juninas. Foi muito feliz pela companhia do típico Dr. Paçoca e Dr. Pulguinha, e muito ainda pelas demais Dras., que por ali perambulavam, Dra. Pigriça, Dra. Florisberta, Dra. Filomenas, Dra. Sombrinha, Dra. Sagunça e Dra. Fidela Châ.
       A bambaria nas pernas passou no primeiro contato com o Pá!, um menino prá lá dos sete anos, que soltava traques congelantes sem parar. Convicto, Pá! tem os olhos vivos e atentos, não perdeu e nem segurou sequer um Pum do Dr. Paçoca e Dr. Pulguinha, soltou para fora do quarto até o pum do Pulguinha, que sua tia havia segurado. Você segura pum?
Pá! se instalou na gente com seus superpoderes e ganhou o coração da Margarida cantando a música da Flor, que é claro que o Paçoca e o Pulguinha tinham que desmiolar.
Subimos.
     Teve casamento, bandeirinha, fogueira e formação de quadrilha. A Dra. Maria Pigriça não iria descansar enquanto Santo Antônio não arranjasse para ela um marido bonito e bem arrumado, aí ele arrumou logo uns três por lá, haja flor pra tanto buquê!
As enfermeiras pulam fogueira bem demais, êta! Dá até gosto de ver.



Como vinha pinicando a vontade de voltar!
Coçava mais do que a cabeça em dia de ceia de piolho.
A roupa serviu que nem luva, o rosto novo ainda pentelhava encaixar-se no costume do cabelo errado, mas o conjunto tem uma beleza que não se discute.


Grata (e gata),
Dra. Margarida.


















https://www.youtube.com/watch?v=vO1FepN5i1w